"Você pode estar na melhor equipe... Se não se superar, não superará o adversário."

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

REFLEXÃO: A FORMAÇÃO ATUAL NAS CATEGORIAS MENORES DO FUTEBOL



Vendo, dias atrás, aqui nas redes sociais um trecho de um jogo de futebol infantil para crianças de (aproximadamente) 8 a 9 anos, tive uma certeza: a formação para o futebol nessa faixa etária precisa ser revisto. E melhorado!


Um garotinho (talentoso, por sinal) recebe a bola, domina (com estilo), levanta a cabeça, trás pro meio procurando um passe, corta para fora novamente e faz o passe em profundidade... O que mais me impressionou em tudo isso, na verdade, não foi o talento do menino. A recepção, preparação, movimento de pescoço, visão de jogo (momento futuro), passe... Tudo isso realmente foi excelente por parte do menino, mas não foi o que mais me impressionou.

Observei outros fatores que vão além de tudo isso... Primeiramente o espaço que esse jovem teve para fazer tudo isso com a bola e ficar por mais de 5 segundos sem ser incomodado por seus adversários. Ou seja, teve todo o tempo e espaço do mundo para fazer isso com toda a tranquilidade. Isso gera um "conforto", e queiramos ou não, o cérebro humano se condiciona a isso, tornando o raciocínio mais "lento", já que não está sendo exigido ao contrário.

Outro fator que me chamou a atenção é que, mesmo jogando em um campo de futebol com medidas oficiais (portanto, bem grande), as crianças jogam emboladas, praticamente todas juntas na faixa central do gramado. Isso é normal e se deve ao fato de que a consciência espacial, nesta idade, ainda não está madura o suficiente.

Com exceção ao menino talentoso, vi muito "chutão", bolas rebatidas para lá e para cá, pouco domínio, pouco passe, pouca movimentação, com garotos andando em campo e, os que corriam, correndo sem preencher os espaços do campo de forma inteligente, ou seja, corriam sem sentido, indo quando a bola estava voltando e voltando quando a bola já estava indo...

Um terceiro e mais importante fator a meu ver e que motivou a escrever esse texto, foi que, nesse pouco tempo em que assisti esse vídeo, muitas (muitas mesmo) crianças sequer tocaram na bola. Correndo para lá e para cá, porém sem participarem efetivamente da partida, atuando apenas como mero espectadores, torcendo e gritando para seus amigos. Isso acontece porque o campo de jogo é muito grande, assim como a quantidade de jogadores.

Sendo dessa maneira, não estamos contribuindo com a formação de novos atletas com qualidade e isso não é uma crítica aos treinadores em si, mas sim ao modelo de jogo que está sendo proposto.

Nos coloquemos no lugar da criança. Já imaginou correr para lá e para cá em um campo enorme, torcendo para tocar na bola um "vezinha" sequer e quando isso ocorre, você rebater a bola para uma direção qualquer? Correndo atrás da bola, de modo que assim, ela (quase) nunca chegue até você! O entendimento de que posso andar em campo ou não ser agressivo à bola... Isso pode prejudicar até mesmo aquele menino talentoso, pois o fará entrar em uma zona de conforto, com uma lentidão de raciocínio, excesso de tempo e espaço para fazer as suas jogadas que ele não terá futuramente.

Creio que a reflexão é válida e oportuna! E você o que acha do jogo 11 contra 11, em um campo com medidas oficiais para as categorias menores? Deixe o seu comentário!

domingo, 7 de junho de 2020

PARÂMETROS DE APRENDIZAGEM

Jean Piaget definiu os três parâmetros de aprendizagem como:
Aprendizagem Motora, Aprendizagem Cognitiva e Aprendizagem Afetiva.
É comum vermos atletas que possuem uma boa habilidade técnica ou controle de bola, por exemplo. Mas é raro encontrarmos atletas que interpretam o jogo e manipulam esta leitura tática a seu favor. Alguns serão sempre bons “jogadores de bola”, já outros serão excelentes “atletas de futsal”. Existirá sempre uma grande diferença entre os dois.
A tomada de decisão com qualidade é o que diferenciará o “jogador de qualidade” do bom “jogador de bola”. Joga melhor aquele que raciocina o jogo (Aprendizagem Cognitiva), coordena melhor as suas habilidades motoras (Aprendizagem Motora) e possui uma boa inter-relação entre os envolvidos na partida – companheiros de equipe, adversários e torcedores (Aprendizagem Afetiva).
Contudo deve-se considerar o desenvolvimento motor normal da criança, que está diretamente relacionada a maturação do sistema nervoso central e músculo esquelético, de forma que o DESENVOLVIMENTO é a soma da MATURAÇÃO (Diferenciações estruturais e funcionais do organismo que levam a padrões de
comportamento) com a APRENDIZAGEM (Enriquecimento das características da
criança, através do treinamento, experiências e observações).
Com isto é possível desconsiderar a afirmação de que o “Atleta nasce feito!”... Pelo contrário! A história mostra que a formação de nossas principais referências como atletas excelentes, mostram que desde pequenos eles foram submetidos a ensaios e erros, além de muito trabalho.
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