"Você pode estar na melhor equipe... Se não se superar, não superará o adversário."

sexta-feira, 4 de março de 2011

ENTREVISTA COM O TREINADOR JOÃO CARLOS BARBOSA: EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL.

Tenho o prazer de compartilhar com todos a entrevista que fiz com o Treinador de Futsal João Carlos Barbosa, conhecido no Futsal como Banana. Experiente treinador, com bagagem internacional e que tive o privilégio de conhecer no curso para Treinadores de Futsal, promovido pelo Técnico Fernando Ferretti, na Malwee Futsal, quando o mesmo palestrou à todos sobre a atuação do treinador de futsal no exterior. Atualmente João Carlos atua na equipe Kairat Futsal no Kazaquistão (visite o site da equipe: http://www.kairat-futsal.kz/). Realmente é uma honra poder transmitir um pouco de sua experiência.  Apreciem a entrevista abaixo.

Treinador João Carlos Barbosa, Banana.
ENTREVISTA:

JOGANDO COM RAÇA! – Professor João Carlos, primeiramente quero agradecê-lo pela atenção dispensada e dizer que é uma honra poder transmitir, aos nossos amigos salonistas, um pouco de sua experiência.
TREINADOR JOÃO CARLOS – Agradeço, também, pela oportunidade dada pelo amigo...

JCR! – Por favor, fale um pouco sobre você, sua idade, cidade/estado em que nasceu, casamento, filhos?
TREINADOR JOÃO CARLOS – João Carlos Barbosa, 46 anos, casado e tenho 3 filhos. Nasci em Joinville, Santa Catarina e sou muito conhecido pelo apelido: Banana.

JCR! – Jogou futsal na infância e juventude?
TREINADOR JOÃO CARLOS – Sim. Joguei iniciando na categoria mirim e assim por diante até chegar na equipe adulta. Atuei nas equipes: Tupy, Tigre, Embraco (todas em Joinville), América de Tapera/RS, Nerede/RS e AABB de Petrópolis/RJ, encerrando minha carreira como atleta em 1996.

JCR!- Qual a sua formação acadêmica? É formado em Educação Física? Fale um pouco dos cursos na área do futsal que você já fez e recomenda.
TREINADOR JOÃO CARLOS – Superior incompleto, faltam 4 semestres para eu me formar em Educação Física, pois desde que saí do Brasil, não tive a possibilidade de acabar o curso. Participei de vários cursos do Técnico Fernando Ferretti e também de alguns cursos de Preparação Física e de Psicologia, que acho importante para um treinador, pois o mesmo lida sempre com essa área e penso que temos que ter um pouco de conhecimento.

JCR! – Como foi o inicio de sua trajetória como treinador?
TREINADOR JOÃO CARLOS – Minha carreira começou desde que iniciei minha trajetória como atleta nas equipes adultas, pois acertava o contrato e exigia trabalhar numa categoria de base, pois sempre gostei de atuar como treinador e poder ajudar os iniciantes... Depois, em 1996, quando parei de jogar, fui auxiliar da equipe do América de Tapera, onde fiquei por 4 meses e recebi um convite para trabalhar em Criciúma, onde permaneci por 8 meses e retornei para a equipe do América de Tapera como treinador principal. Logo fui contratado pela UPF de Passo Fundo, onde consagramo-nos vice-campeões Gaúcho. Depois fui para a SEARA em Santa Catarina, em seguida fui para a equipe da Malwee, sendo auxiliar de Fernando Ferretti. Depois Joinville (hoje chamada de Krona), depois Foz de Iguaçu e dela fui para a Espanha, na equipe do Gestesa Guadalajara, sendo que esta equipe estava na Série Prata e conseguimos subir para a Liga da 1ª Divisão, chamada de “Honor”, permanecendo por 6 anos. Depois fui para Talavera, em Talavera, por 1 temporada. Da Espanha, vim para o Kazaquistão, na equipe do KAIRAT, na cidade de Almaty, onde permaneço até hoje.

JCR! – Então, as equipes que você atuou como treinador foram...
TREINADOR JOÃO CARLOS – As equipes que trabalhei foram: América de Tapera/RS, UPF de Passo Fundo, Pietrobom de Tapejara/RS, SEARA/SC, Malwee de Jaraguá do Sul/SC, UCS de Caxias do Sul, Foz do Iguaçu, Joinville, Gestesa Guadalajara/Espanha, Talavera/Espanha e Kairat Futsal em Almaty/Kazaquistão, onde estou atualmente.

JCR! – Fale um pouco das dificuldades em atuar no exterior. Idiomas, temperaturas...
TREINADOR JOÃO CARLOS – Primeiro quero colocar que, quando nós temos desafios, temos que ter tranqüilidade e saber de seu potencial. Apesar de vários obstáculos, no começo, quando cheguei na Espanha, enfrentei muita dificuldade pelo fato de não ter o carnê de treinador, onde nenhum treinador assinava para que você pudesse trabalhar. Então eu enfrentei muita dificuldade, mas ao mesmo tempo muito apoio das pessoas ligadas ao clube, que me incentivaram pela minha permanência, onde apareceu a pessoa de Eugenio Portillo, que tinha o carnê mas não atuava em nenhuma equipe, pois tinha um outro trabalho e que me deu a oportunidade de poder permanecer na equipe. Sendo assim, comecei também a começar a fazer o curso de treinador na cidade de Toledo, onde fiz por 2 anos o curso Nível 1 e Nível 2, faltando o Nível 3, pois tive a oportunidade de vir para o Kazaquistão.
            As dificuldade são várias, mas temos que ter confiança no trabalho e também fazer com que as pessoas acreditem no seu planejamento. Quando eu vim para o Kazaquistão (apesar de ter 6 brasileiros na equipe) as dificuldades aumentaram pelo fato da língua, onde falam russo e kazaca, além da obrigação de ter de chegar na Final Four (UEFA). Vim com um contrato de 1 ano e graças a Deus consegui o objetivo, não só de entrar na Final Four, como também conseguimos a medalha de bronze, inédita na condição de primeira medalha coletiva. Assim, consegui renovar o contrato por mais 4 anos. Fiquei muito feliz. A estrutura do clube nos dá muita condição para poder desenvolver o trabalho.
TREINADOR JOÃO CARLOS: EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL.
JCR! – Já aconteceu com você algum fato curioso ou engraçado durante sua atuação como treinador no exterior?
TREINADOR JOÃO CARLOS – Que me recordo, nenhuma. Apesar de ter muitas dificuldades em relação ao idioma. Mas engraçado, nenhuma...

JCR! – Que conselhos você daria para o treinador de futsal que queira atuar no exterior? Por onde ele deve começar?
TREINADOR JOÃO CARLOS – Primeiro dizer à todos que estão iniciando, é poder ter a possibilidade de trabalhar nas categorias de base e colocar sua postura de treinador e ao mesmo tempo acompanhar a evolução do futsal. Depois, fazer prevalecer sua postura de treinador tendo suas convicções em relação ao planejamento de trabalho, saber, nos momentos difíceis, ter tranqüilidade para tomar decisões e fazer pela razão e pela não pela emoção.
            Nossa carreira de treinador pode te levar a alegria ou tristeza e é nessa hora que tem que ter sua linha de raciocínio. Medir os prós e contras e tomar decisões.
            Trabalhar no exterior tem muitas vantagens, mas ao mesmo tempo, as decepções existem, mas são poucas. Além disso você tem que superar a distância, os amigos, família, lazer...

JCR! – E que conselhos daria para os atletas que querem atuar no futsal exterior?
TREINADOR JOÃO CARLOS – Analisar bem os contatos e também os contratos oferecidos. Buscar informações com as pessoas que conhecem a estrutura das equipes, pois no começo é tudo maravilha e depois vêm as decepções, por isso tem que analisar bem... Mas é bom você ter uma experiência nova.

JCR! – Qual a sua opinião sobre os desmanches que estamos vendo no futsal, como é o caso da Malwee e de outras equipes?
TREINADOR JOÃO CARLOS – É um processo natural, onde as empresas que investem tomem estas decisões. No caso da Malwee, já estava há 9 anos por aí... Então é normal por vários fatores, mas sempre aparecem outras com novo investimento e motivação...

JCR! – O que acha das atuais alterações na regra do futsal? Elas realmente vieram para acrescentar?
TREINADOR JOÃO CARLOS – Olha, são alterações que tentam dar mais dinâmica ao jogo. Mas penso que poderiam ter escutado (como sempre falamos) os treinadores e pessoas que vivem no dia a dia do futsal. Como, por exemplo, essa do goleiro no tiro de meta jogar a bola, pelo alto, passando da quadra de defesa para o ataque, eu acho que poderia terminar. Mas, vejo muitos jogos da categoria de base e vejo os goleiros fazendo somente isso, como que a garotada vai aprender?

JCR! – Quais os melhores treinadores com quem já atuou?
TREINADOR JOÃO CARLOS – Fernando Ferretti, Ricardo Lucena, Marcos Bruno, Foca e Frixella.

JCR! – Quais os melhores atletas com quem já atuou?
TREINADOR JOÃO CARLOS – Manoel Tobias, Franklin, Cacau, Maicky, Montovanelli, Guga, Jaba, Claudinho, Fernando, Anderson, Balo, Valencia, Euler, Chico, Leco e vários outros...

JCR! – Na sua opinião, o que falta para o futsal se tornar um esporte olímpico?
TREINADOR JOÃO CARLOS – Falta maior relacionamento de todos os países, tendo o mesmo pensamento e a mesma política...

JCR! – Será que veremos o futsal nas olimpíadas de 2016?
TREINADOR JOÃO CARLOS – Gostaria de ver, para que todos os amantes deste esporte tivessem esta felicidade!
JOÃO CARLOS E SUA EQUIPE KAIRAT FUTSAL, DA CIDADE DE ALMATY, NO KAZAQUISTÃO.

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