Há alguns dias atrás meu amigo Eder Bueno, do blog “Falando de Futsal”, publicou a oportuna postagem: A culpa é do fone de ouvido.
Recomendo a leitura do brilhante texto, onde Eder aborda, com propriedade, a
blindagem, por parte dos diversos assessores, e a “aparente” falta de comprometimento
dos nossos ídolos do futebol com os sentimentos patrióticos dos torcedores
brasileiros frente a nossa seleção.
Concordo plenamente com todas as palavras de meu amigo. Concordo
que a culpa seja mesmo dos assessores e dos “fones de ouvidos” e temo estar
diante da decadência do futebol brasileiro. Não vejo, exceto raras exceções,
o orgulho de um jogador em vestir a camisa da seleção, mas sim atletas
solicitando dispensa dela. Não vejo, mais, a raça e a disposição que nossos
ídolos de décadas anteriores demonstravam e sim a vaidade e o preciosismo
visando atender o marketing pessoal. Vejo crianças, em escolinhas de futebol e
futsal, sem referências de bons exemplos, carentes de bons ídolos, com
professores esforçados e esperançosos em reverter esta ideologia, estimulando
boas condutas. Vejo alunos, esquecendo-se de que “hoje é dia de jogo da nossa seleção”... Vejo a pátria com torcedores cada vez
menos de chuteiras...
Sim, a culpa é realmente do “fone de ouvido”, não somente
deste, mas também dos “telões de imagem” nos estádios, dos “apitos dos
árbitros", da “falta de sorte” dos nossos canarinhos (ou do excesso dela por nossos adversários) em alguns lances das partidas, da nossa “falta de tempo”
para preparação, do "tecido da camisa" que é muito “pesado”, da bola...
Acho até, que a culpa também seja MINHA, por não ter acostumado-me com a "nova realidade" e ainda impressionar-me ao ver como nossos “ídolos” estão cada
vez mais descomprometidos. Ver a arrogância de alguns jogadores dentro de
campo. Jogadores que não são capazes de estender a perna para tentar alcançar a
bola que passa a poucos centímetros a sua frente. Atletas que saem de campo com
o uniforme tão limpo, que o torcedor menos atento poderá confundir-se, sem ter
certeza se o mesmo entrou em campo ou não.
Por isso acredito que a culpa seja minha, pois ainda me é
estranho ver os olhares atentos dos atletas mirando os telões dos estádios a
cada lance que executam. Ainda não me acostumei ver as poses, caras e bocas que
nossos “jogadores-modelos” fazem para aparecer nos telões e nos aparelhos
televisores com uma boa imagem. Ah a imagem, como se preocupam muito com esta e
pouco com o futebol apresentado ao nosso povo. Ver a vaidade que possuem com
seus cabelos um tanto quanto “excêntricos”. Ver que eles se preocupam cada vez
mais com estas coisas e cada vez menos com seus desempenhos em campo, com a
manutenção da performance elevada. Ver que eles não preocupam-se em estar em
evidencia por seus desempenhos em campo, em serem “modelos de jogadores”,
“exemplos como atletas”... Fico, ainda mais impressionado, ao ver que a
“preocupação” com os telões não são apenas dos jogadores mas também de alguns
técnicos! Os que assistiram a derrota do Brasil para o Japão no futebol
feminino sabe do que estou falando...
Ao falarmos em Brasil e Japão no feminino, tenho ainda mais certeza de que a culpa é realmente minha, por ter a mesma nacionalidade de jogadoras (e jogadores) que se acham “coitados”! Aliás, como sempre são prejudicados, não acham!? Como os árbitros sempre “pesam” para o outro “lado”... Aliás, como são bons em colocarem-se como vítimas e transferirem a culpa de nossos insucessos ao outro... Sim, nisso nossos representantes estão sendo ótimos.
A culpa é minha por discordar da energia que as atletas do
Brasil dispensaram sobre o trio de arbitragem, lamentando em praticamente todas
as decisões, no segundo tempo do jogo Brasil e Japão. Por considerar incrível o despreparo
emocional de nossas meninas neste jogo, comparadas à “frieza” japonesa. Nos 15 minutos finais da partida, o jogo do
Brasil resumiu-se a uma verdadeira bagunça, contrapondo-se a eficiente e
centrada disciplina japonesa, que anulou nossas principais (e previsíveis)
jogadas e atletas. Lamentavelmente não amadurecemos psicologicamente para o
esporte e, como crianças birrentas, batemos o pé contra os árbitros a cada
decisão que nos contraria... Preocupamo-nos
demasiadamente com o árbitro e seus assistentes e esquecemo-nos de fazer a
nossa parte. E o que dizer dos sorrisos irônicos de nosso “craque moicano” aos
árbitros, cada vez que o “homem de preto” não acusa falta em seus mergulhos e
simulações no gramado?
Há poucos dias nossa seleção foi vaiada em amistoso no
Brasil. Junto à seleção, o alvo das vaias foi o “craque moicano”. Rapidamente os jogadores saíram em defesa do “craque” comparando-o a outros craques
mundiais tais como Cristiano Ronaldo e Lionel Messi. Disseram que os argentinos
não vaiam Messi ou os portugueses o Ronaldo, mesmo quando eles não jogam tão
bem. Pergunto: Alguém já viu Messi preocupado com o telão do estádio? Alguém já
viu Messi “cavando” falta ou
reclamando de uma assinalação do árbitro? Alguém pode alegar: Mas o Cristiano
Ronaldo, metrossexual assumido, preocupa-se com o telão do estádio e com a sua
imagem, sim! Concordo, porém, nos jogos da seleção de seu país, mesmo quando
não joga tudo o que pode, dificilmente o vejo "escondendo-se" do jogo, tentando
contribuir de forma coletiva, com seus dribles objetivando a ofensividade e não
somente o malabarismo.
A culpa é minha por ainda entristecer-me, ao final da
partida que valeu o ouro no futebol masculino das olimpíadas deste ano, os
brasileiros afirmarem que os mexicanos foram felizes em UMA bola no inicio do
jogo para fazerem o gol. Os mexicanos não foram felizes em UM lance, mas sim
em, praticamente, 90 minutos, conseguindo anular as (individualistas) jogadas
brasileiras, fazendo outro gol e sofrendo um apenas no finzinho da partida. Os
mexicanos foram felizes SIM em jogar com a disposição e força de vontade que
uma partida de Final de Olimpíada exige. Foram felizes em explorar o preciosismo
e individualismo dos jogadores brasileiros, afinal se eu não estiver
equivocado, foi em uma roubada de bola que originou o primeiro gol mexicano.
Fico triste em ver uma seleção de jogadores egocêntricos. Aborrecido ao ver
uma constelação de jogadores sem um padrão de jogo. Muito triste em ver um jogador
promissor como o Lucas entrar em campo em uma final de Olimpíada aos 83 minutos
de jogo, com resultado adverso. Aliás, alguém poderia me explicar, por que, o
canhoto Hulk chegou à linha de fundo pela direita, em praticamente todo o
segundo tempo na final? Indignado e revoltado ao ver as
imagens ao final da partida. Acredito que o único que tenha sentido, realmente,
o amargo gosto desta derrota seja o próprio meia Lucas. Pois se o seu copioso
choro e lamentação não foi verdadeiro, ele pode deixar a carreira como jogador e passar a atuar como ator na novela das
nove de qualquer emissora de televisão do país. Lucas a parte, o semblante de
Marcelo não convenceu-me, muito menos as “lágrimas de crocodilo” de Neymar.
Estes e outros sentados, uma vez mais encenando (muito mal, diga-se) novamente
para os telões.
Parafraseando o presidente Blatter ao final das Olimpíadas: “Vocês precisam começar a se preocupar, pois
esta não é somente a seleção sub-23 do Brasil. Esta é a Principal seleção que o
país tem no momento.” Concordo com o dirigente. Afinal, se qualquer outro
treinador entrasse no lugar de Mano hoje, mudaria três ou quatro peças no time.
Ou, analisando apenas o futebol, ou seja, sem os fatores extracampo, alguém
deixaria Neymar fora do time?
Gosto de observar a sabedoria das pessoas. Dias atrás o pai
de um aluno, em conversa disse-me: “A
seleção não precisa de um bom treinador. Não! Ela precisa de um Comandante,
linha dura, para colocar os jogadores em seus lugares e resgatar a honra de
nosso país (em relação ao futebol)...”
Alias, apenas a titulo de informação, hoje, de acordo com o
Ranking da FIFA, o Brasil ocupa o 12º (isto mesmo, décimo segundo) lugar, atrás,
entre outros, de Croácia, Dinamarca e Grécia (com todo o respeito que estes países
merecem). O mesmo Brasil, liderou o mesmo Ranking, por anos ininterruptos. O
México, atual campeão olímpico, ocupa o 21º lugar.
Finalizando, concordo com meu amigo Eder Bueno. A culpa é
realmente do “fone de ouvido”... Aliás, não somente deste, mas, convencido, MINHA também.
Sim, a “culpa é minha”, pois já deveria ter "acostumado-me" há tempos com esta realidade do futebol brasileiro... A culpa é minha, pois devo exager, com relação as criticas...
A “culpa” é realmente minha, por não acostumar-me com o modernismo futebolístico. A
espetacularização do futebol não deve mesmo ser demasiada, creio ser exagero de
minha parte... O “individualismo” nas jogadas (e nos jogadores) deve mesmo
continuar sendo estimulado pela mídia, afinal, minha busca em valorizar a coletividade do
futebol deve estar ultrapassada... Sobre os árbitros, devo estar errado em defender que os jogadores deixem-os simplesmente atuar. Provavelmente devamos continuar pressionando-os e
debochando irônica e publicamente de suas decisões, afinal, eles devem mesmo
entrar em campo já mal intencionados contra nós... Com relação as tentativas de
ludibriar o árbitro, tentando “cavar” faltas, o “craque moicano” deve estar em
sua razão, afinal a malandragem é uma “marca” do Brasil... Talvez devamos continuar
tentando tirar vantagem sobre tudo e todos... Devo mesmo estar equivocado sobre
as questões psicológicas que envolvem nossos atletas. Equivocado sobre posicionamento
de jogadores. Enfim, já que a "moda" é a transferência de culpa por parte de nossos atletas e dirigentes... Assumo, além do “fone de ouvido” a culpa realmente é “minha”!
Grande Donato... Tchê bagual, nem vou comentar nada, falaste com o teu, o meu e o coração de muitos brasileiros... Compartilho contigo um pouco dessa culpa e responsabilidade de fazermos um novo caminho ao futebol e o futsal... Obrigado pelos cliques e estou atento aos teus posts também meu irmão. DEUS te abençoe tchê...
ResponderExcluirMeu querido irmão Eder! É uma honra tê-lo por aqui!!! Como é triste ver o nosso esporte nesta situação, não!? Porém, vamos tentando fazer a nossa parte... Continuo acompanhando seu blog, muito grato parceiro. O futsal e o futebol precisam de pessoas como você! Forte abraço, Deus o abençoe também! Sucessos...
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