"Você pode estar na melhor equipe... Se não se superar, não superará o adversário."

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Fórum Oeste de Educação Inclusiva - FOEI


Na última quarta-feira (04/05) tive a honra de compor a Mesa Redonda ALTAS HABILIDADES / SUPERDOTAÇÃO: AÇÕES E PRÁTICAS no IV Encontro de Educadores de Educação Inclusiva: Linguagem, Diversidade e Inclusão, que se realizou no Campus da Universidade Paulista de Alphaville (SP).
Durante minha fala, explanei sobre as principais características do individuo considerado talento esportivo, a importância do professor de Educação Física escolar e da escola na ampliação dos repertórios cognitivos, afetivos e motores dos alunos, visando contribuir para o despertar de suas possíveis elevadas capacidades esportivas futuras, além de relatar minha experiência prática, aplicando os referenciais teóricos em nosso trabalho com o futsal na cidade de Boituva/SP, detectando e encaminhando diversos atletas para equipes de maior expressão.
Aproveito para ressaltar a importância de iniciativas como estas do Fórum Oeste de Educação Inclusiva - FOEI, sobretudo por meio da professora Rosemeire Rangni, que luta diariamente para que a Educação seja realmente de qualidade e para TODOS. Assim como ela, entendo que em “todos” incluem-se não somente os menos favorecidos intelecto-fisicamente, como também os de elevado grau de capacidades sejam elas motoras ou intelectuais.
É fundamental que alunos com maiores limitações tenham, realmente, um olhar diferenciado, sobretudo no aspecto da inclusão, porém estes não podem ser os únicos a despertar o interesse de uma educação de qualidade em diretores, coordenadores e educadores.
A realidade é que em nossas casas e, consequentemente, em nossas escolas deparamo-nos frequentemente com crianças que se destacam com relação aos demais por suas facilidades em aprender ou executar as tarefas propostas em sala de aula ou fora dela. Atividades físicas, artísticas, matemáticas, entre outras, podem ser rápida e facilmente resolvidas por estes alunos. Porém, será que nosso corpo pedagógico está preparado para lidar com estas situações?
Realmente a preparação de nossos professores e escolas me preocupa quando o assunto é “Talento”.
Amplo e complexo, lamentavelmente este tema possui pouco espaço nos encontros educacionais, se comparado às deficiências. Para ilustrar, imaginem quantos futuros médicos talentosos deixam de existir, em função do pouco estímulo que estas crianças recebem em momentos importantes de suas vidas? Desta forma, quantas vidas poderiam ter sido salvas se soubéssemos aproveitar melhor estes talentos?
Esta mesma pergunta se inclui à outras áreas, tais como a ciências, esportes, artes e outras. Qual grande a contribuição que estes sujeitos dariam, hoje, à sociedade se suas “Altas Habilidades” tivessem tido o olhar ideal no momento oportuno.
Por favor me entendam. Não estou, aqui, dizendo que os deficientes devam ter menor atenção do que já tem, menos, ainda, que já possuem a atenção ideal ou, ainda, que não deveriam ter um olhar ainda maior. Muito pelo contrário.

Porém enquanto em nosso país olharmos apenas e tão somente para as deficiências, simplesmente estaremos correndo atrás do problema, buscando soluções paliativas.

Contudo, se analisarmos a questão “Altas habilidades/ Superdotação/ Talentos” com maiores cuidados, ao contrário de corrermos atrás, estaremos nos dirigindo ao encontro do problema.

Faço um questionamento para melhor elucidar: Quantas deficiências a menos teríamos se tivéssemos indivíduos mais talentosos/ capacitados trabalhando na busca de suas curas? Que melhor qualidade de vida estas pessoas teriam com melhores pesquisas, feitas por pessoas com inteligências acima da média?
Penso que resolvendo a questão “Altas Habilidades” consequentemente estaríamos resolvendo, também, a questão das “Necessidades Especiais/ Deficiências”. Porém o contrário não é possível. Resolvendo a questão dos deficientes, não resolvemos a dos talentosos.
Não quero, hoje, me prolongar demasiadamente com este assunto. Mas todos sabemos que trabalhar com indivíduos talentosos exige tempo, cuidados, estudos e muita dedicação. Principalmente de nossos educadores, na escola. Porém nosso (desmotivado, em boa parte) corpo pedagógico nacional possui estas exigências?
Pudemos ver, durante o FOEI, o relato de uma mãe e sua angustia na busca de um ensino que atenda as expectativas de seu filho laudado superdotado. O garoto começou a ler e escrever com 4 anos, aos 7 anos pinta quadros como um verdadeiro artista, aprende tudo a que se submete com extrema rapidez e facilidade, sobretudo em sala de aula, porém já foi taxado de hiperativo, TDAH (Transtorno e Déficit de Atenção e Hiperatividade) no contexto médico e escolar.
Sem dúvidas esta criança se desmotiva ao terminar a tarefa rapidamente e não mais receber nenhum outro estímulo do professor. Certamente também que, ao terminar esta tarefa rapidamente, se levantará de seu lugar e irá à mesa de seu colega ao lado. Obviamente que as tarefas de casa não terão, para esta criança, sentido e ela não irá querer fazê-las, se forem as mesmas do restante da turma, pois estas ele já aprendeu!
Faço estas afirmações para analisarmos que basta um olhar um pouco mais atento para verificarmos onde estão as falhas no sistema educacional.
Fica, portanto, o alerta da necessidade em buscarmos (pais, responsáveis e educadores) um ensino de qualidade e para TODOS, realmente. Olharmos para nossos filhos/alunos e tentarmos buscar e destacar suas potencialidades, seus talentos, ao invés de rotularmos. Para isto, a escola possui papel de importante destaque. Pois diagnosticando, incentivando e estimulando estes talentos teremos, finalmente, uma sociedade que atendam amplamente as necessidades de cada pessoa.
Agradeço, novamente, o convite para participar do debate e parabenizo as educadoras Rosemeire Rangni (moderadora) e Flori Spósito (coordenadora) pelo trabalho realizado e pela incessante busca por um ensino de qualidade para todos.

Um comentário:

  1. OLÁ DONATO,FIQUEI EMOCIONADA QUANDO FEZ UM RELATO SOBRE MEU FILHO E GOSTARIA DE RESSALTAR QUE ATUALMENTE ELE ESTUDA EM UMA ESCOLA MUNICIPAL EM POÁ SP E ESTÁ MUITO FELIZ!!!

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