"Você pode estar na melhor equipe... Se não se superar, não superará o adversário."

domingo, 22 de abril de 2012

LESÕES NO ESPORTE: FUTEBOL


Futebol: esporte de extremo contato físico

Chamamos de lesões as alterações, traumas ou ofensas à integridade física. Em alguns casos estas lesões podem afetar, além do físico, também a parte psicológica do individuo.

Considero importante esclarecer, de inicio, sempre que abordo este tema, que não considero correta a denominação “lesões desportivas”. O que existem são simplesmente “lesões”, que podem ou não ocorrer em consequência da atividade esportiva.


Fratura
As lesões mais comuns em atletas são as contusões, ocasionadas por traumas (impactos) diretos, as distensões, que é o alongamento músculo-tendíneo excessivo, as rupturas, que é a perda da continuidade musculo-tendínea, a tendinite, que é o processo inflamatório dos tecidos (tendões), os entorses, que são as lesões nos ligamentos e membranas interósseas por meio de torção, giro ou rotação, as fraturas, que podem ser a ruptura ou quebra de um osso e a luxação, que é a perda de contato entre a extremidade óssea e a superfície articular. Além destas, outras lesões muito comuns no meio esportivo são as conhecidas e incômodas bolhas e calos. Portanto as lesões classificam-se em músculo-tendíneas, articulares e ósseas.

Não há como dizer que uma determinada lesão é mais ou menos grave que outra. Isto porque as lesões possuem graus, ou seja, quanto maior o grau de uma lesão, mais grave ela será. Esta classificação pode variar para cada uma delas.







Fratura com Luxação
Para exemplificar o grau das lesões, lembro-me de um de meus atletas que queixava-se de dores no joelho para não treinar. O mesmo, alegando ter procurado seu médico particular (e mentindo) após minhas solicitações sobre a opinião do médico sobre sua lesão no joelho, disparou: “– O médico disse que não é nada grave... Apenas uma luxação...!”. Meus amigos, uma luxação no joelho seria grave e este atleta não estaria conseguindo sequer andar daquela forma.

Existem dois tipos de lesões: agudas e crônicas. Lesões agudas ocorrem repentinamente durante os jogos ou exercícios e podem ser luxações, entorses, fraturas, distensões etc. Geralmente apresentam inchaço local, dor intensa, incapacidade de movimentar ou suportar peso no local etc.

Ruptura total de ligamentos:
comprometimento de diversas estruturas
Já as lesões crônicas, que geralmente requerem um tempo maior de tratamento, ocorrem, na maioria, pela prática do esporte ou exercício por um período prolongado, por vezes com dor. Os sinais, entre outros, são dores durante o exercício e inclusive em repouso, além de inchaço.

Na verdade o atleta de alto rendimento acaba se acostumando a conviver com as dores das diferentes lesões. É muito raro encontrarmos algum atleta de alto nível que não treine ou jogue com alguma dor e é exatamente por isso que dizemos que o “esporte de alto rendimento” não é tido como saudável (unicamente), já que, sem poder dispensar a atenção ideal à esta dor, pode ter seu quadro agravado.

Ao contrário do esporte de alto rendimento, porém, a prática de exercício físico regular, traz inúmeros benefícios à saúde e é essencial para o bem estar de todos os indivíduos, independentemente da idade, sexo, estatura ou profissão.

Fratura com Luxação
O futebol é, sem dúvidas, hoje, um dos esportes que mais lesionam seus praticantes. Aos praticantes de “final de semana” estas lesões podem ocorrer devido a diversos fatores, entre eles, campos com gramados inadequados, com buracos e irregularidades, condicionamento físico inadequado, falta de informação ou orientação inadequada, materiais esportivos inadequados, entre inúmeros outros fatores, tal como as próprias características físicas e genéticas do indivíduo. Já nos atletas profissionais, além de terem de enfrentar os mesmos problemas que os jogadores “amadores”, outro agravante é a altíssima intensidade e volume em que este esporte é praticado atualmente, seja nos jogos ou treinos. Assim, explica-se o fato de que as maiorias das lesões nos praticantes de futebol se dão nos membros inferiores, sendo as mais graves nos joelhos e tornozelos.

Após a década de 70, principalmente, com a evolução da preparação física, em consequência dos avanços das ciências do esporte, o futebol passou a ser jogado de forma cada vez mais intensa. Para que se tenha uma ideia, um jogador de futebol profissional chega a correr em média 9 a 11 km em 90 minutos e isto em altíssima intensidade, com mudanças bruscas de direção, paradas e deslocamentos. Soma-se a estes fatores a força física, cada vez maior, dos jogadores que chegam a pesar acima dos 80 a 90 kg disputando a mesma bola para defender cada um os seus interesses. Resultado: Lesão!

Fratura por estresse
Por isso é importante que os praticantes desta modalidade se preparem realmente. Façam os trabalhos de prevenção e fortalecimento muscular com preparadores físicos e fisioterapeutas, a fim de prepararem-se para os jogos e treinos. Também por este motivo dizemos que os “atletas de final de semana” acabam se expondo ao jogarem o futebol sem prepararem-se adequadamente. Esta preparação pode ser feita na própria academia de musculação, com o educador físico responsável pelo local. Na academia o praticante de futebol pode solicitar ao seu preparador que lhe indique um treinamento de flexibilidade, fortalecimento e cardiorrespiratório, voltados à prática deste esporte. É imprescindível que este educador físico seja credenciado junto ao CREF, órgão de classe profissional.

Enfim, seja por conta dos diversos riscos existentes devido a busca pela excelência no futebol de alto rendimento, ou pelo simples prazer em praticar a modalidade nos atletas de final de semana, o importante é que o desportista tenha consciência de que a prevenção é o melhor cuidado a ser tomado, afinal de contas o único grito que queremos ouvir não é o de dor, mas sim de gol! Forte abraço...

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