"Você pode estar na melhor equipe... Se não se superar, não superará o adversário."

sábado, 22 de setembro de 2012

A CULPA É MINHA!


Há alguns dias atrás meu amigo Eder Bueno, do blog “Falando de Futsal”, publicou a oportuna postagem: A culpa é do fone de ouvido. Recomendo a leitura do brilhante texto, onde Eder aborda, com propriedade, a blindagem, por parte dos diversos assessores, e a “aparente” falta de comprometimento dos nossos ídolos do futebol com os sentimentos patrióticos dos torcedores brasileiros frente a nossa seleção.


Concordo plenamente com todas as palavras de meu amigo. Concordo que a culpa seja mesmo dos assessores e dos “fones de ouvidos” e temo estar diante da decadência do futebol brasileiro. Não vejo, exceto raras exceções, o orgulho de um jogador em vestir a camisa da seleção, mas sim atletas solicitando dispensa dela. Não vejo, mais, a raça e a disposição que nossos ídolos de décadas anteriores demonstravam e sim a vaidade e o preciosismo visando atender o marketing pessoal. Vejo crianças, em escolinhas de futebol e futsal, sem referências de bons exemplos, carentes de bons ídolos, com professores esforçados e esperançosos em reverter esta ideologia, estimulando boas condutas. Vejo alunos, esquecendo-se de que “hoje é dia de jogo da nossa seleção”... Vejo a pátria com torcedores cada vez menos de chuteiras... 

Sim, a culpa é realmente do “fone de ouvido”, não somente deste, mas também dos “telões de imagem” nos estádios, dos “apitos dos árbitros", da “falta de sorte” dos nossos canarinhos (ou do excesso dela por nossos adversários) em alguns lances das partidas, da nossa “falta de tempo” para preparação, do "tecido da camisa" que é muito “pesado”, da bola...


Acho até, que a culpa também seja MINHA, por não ter acostumado-me com a "nova realidade" e ainda impressionar-me ao ver como nossos “ídolos” estão cada vez mais descomprometidos. Ver a arrogância de alguns jogadores dentro de campo. Jogadores que não são capazes de estender a perna para tentar alcançar a bola que passa a poucos centímetros a sua frente. Atletas que saem de campo com o uniforme tão limpo, que o torcedor menos atento poderá confundir-se, sem ter certeza se o mesmo entrou em campo ou não.

Por isso acredito que a culpa seja minha, pois ainda me é estranho ver os olhares atentos dos atletas mirando os telões dos estádios a cada lance que executam. Ainda não me acostumei ver as poses, caras e bocas que nossos “jogadores-modelos” fazem para aparecer nos telões e nos aparelhos televisores com uma boa imagem. Ah a imagem, como se preocupam muito com esta e pouco com o futebol apresentado ao nosso povo. Ver a vaidade que possuem com seus cabelos um tanto quanto “excêntricos”. Ver que eles se preocupam cada vez mais com estas coisas e cada vez menos com seus desempenhos em campo, com a manutenção da performance elevada. Ver que eles não preocupam-se em estar em evidencia por seus desempenhos em campo, em serem “modelos de jogadores”, “exemplos como atletas”... Fico, ainda mais impressionado, ao ver que a “preocupação” com os telões não são apenas dos jogadores mas também de alguns técnicos! Os que assistiram a derrota do Brasil para o Japão no futebol feminino sabe do que estou falando...


Ao falarmos em Brasil e Japão no feminino, tenho ainda mais certeza de que a culpa é realmente minha, por ter a mesma nacionalidade de jogadoras (e jogadores) que se acham “coitados”! Aliás, como sempre são prejudicados, não acham!? Como os árbitros sempre “pesam” para o outro “lado”... Aliás, como são bons em colocarem-se como vítimas e transferirem a culpa de nossos insucessos ao outro... Sim, nisso nossos representantes estão sendo ótimos.

A culpa é minha por discordar da energia que as atletas do Brasil dispensaram sobre o trio de arbitragem, lamentando em praticamente todas as decisões, no segundo tempo do jogo Brasil e Japão. Por considerar incrível o despreparo emocional de nossas meninas neste jogo, comparadas à “frieza” japonesa. Nos 15 minutos finais da partida, o jogo do Brasil resumiu-se a uma verdadeira bagunça, contrapondo-se a eficiente e centrada disciplina japonesa, que anulou nossas principais (e previsíveis) jogadas e atletas. Lamentavelmente não amadurecemos psicologicamente para o esporte e, como crianças birrentas, batemos o pé contra os árbitros a cada decisão que nos contraria...  Preocupamo-nos demasiadamente com o árbitro e seus assistentes e esquecemo-nos de fazer a nossa parte. E o que dizer dos sorrisos irônicos de nosso “craque moicano” aos árbitros, cada vez que o “homem de preto” não acusa falta em seus mergulhos e simulações no gramado?


Há poucos dias nossa seleção foi vaiada em amistoso no Brasil. Junto à seleção, o alvo das vaias foi o “craque moicano”. Rapidamente os jogadores saíram em defesa do “craque” comparando-o a outros craques mundiais tais como Cristiano Ronaldo e Lionel Messi. Disseram que os argentinos não vaiam Messi ou os portugueses o Ronaldo, mesmo quando eles não jogam tão bem. Pergunto: Alguém já viu Messi preocupado com o telão do estádio? Alguém já viu Messi “cavando” falta ou reclamando de uma assinalação do árbitro? Alguém pode alegar: Mas o Cristiano Ronaldo, metrossexual assumido, preocupa-se com o telão do estádio e com a sua imagem, sim! Concordo, porém, nos jogos da seleção de seu país, mesmo quando não joga tudo o que pode, dificilmente o vejo "escondendo-se" do jogo, tentando contribuir de forma coletiva, com seus dribles objetivando a ofensividade e não somente o malabarismo.


A culpa é minha por ainda entristecer-me, ao final da partida que valeu o ouro no futebol masculino das olimpíadas deste ano, os brasileiros afirmarem que os mexicanos foram felizes em UMA bola no inicio do jogo para fazerem o gol. Os mexicanos não foram felizes em UM lance, mas sim em, praticamente, 90 minutos, conseguindo anular as (individualistas) jogadas brasileiras, fazendo outro gol e sofrendo um apenas no finzinho da partida. Os mexicanos foram felizes SIM em jogar com a disposição e força de vontade que uma partida de Final de Olimpíada exige. Foram felizes em explorar o preciosismo e individualismo dos jogadores brasileiros, afinal se eu não estiver equivocado, foi em uma roubada de bola que originou o primeiro gol mexicano.

Fico triste em ver uma seleção de jogadores egocêntricos. Aborrecido ao ver uma constelação de jogadores sem um padrão de jogo. Muito triste em ver um jogador promissor como o Lucas entrar em campo em uma final de Olimpíada aos 83 minutos de jogo, com resultado adverso. Aliás, alguém poderia me explicar, por que, o canhoto Hulk chegou à linha de fundo pela direita, em praticamente todo o segundo tempo na final? Indignado e revoltado ao ver as imagens ao final da partida. Acredito que o único que tenha sentido, realmente, o amargo gosto desta derrota seja o próprio meia Lucas. Pois se o seu copioso choro e lamentação não foi verdadeiro, ele pode deixar a carreira como jogador e passar a atuar como ator na novela das nove de qualquer emissora de televisão do país. Lucas a parte, o semblante de Marcelo não convenceu-me, muito menos as “lágrimas de crocodilo” de Neymar. Estes e outros sentados, uma vez mais encenando (muito mal, diga-se) novamente para os telões.


Parafraseando o presidente Blatter ao final das Olimpíadas: “Vocês precisam começar a se preocupar, pois esta não é somente a seleção sub-23 do Brasil. Esta é a Principal seleção que o país tem no momento.” Concordo com o dirigente. Afinal, se qualquer outro treinador entrasse no lugar de Mano hoje, mudaria três ou quatro peças no time. Ou, analisando apenas o futebol, ou seja, sem os fatores extracampo, alguém deixaria Neymar fora do time? 

Gosto de observar a sabedoria das pessoas. Dias atrás o pai de um aluno, em conversa disse-me: “A seleção não precisa de um bom treinador. Não! Ela precisa de um Comandante, linha dura, para colocar os jogadores em seus lugares e resgatar a honra de nosso país (em relação ao futebol)...”

Alias, apenas a titulo de informação, hoje, de acordo com o Ranking da FIFA, o Brasil ocupa o 12º (isto mesmo, décimo segundo) lugar, atrás, entre outros, de Croácia, Dinamarca e Grécia (com todo o respeito que estes países merecem). O mesmo Brasil, liderou o mesmo Ranking, por anos ininterruptos. O México, atual campeão olímpico, ocupa o 21º lugar.

Finalizando, concordo com meu amigo Eder Bueno. A culpa é realmente do “fone de ouvido”... Aliás, não somente deste, mas, convencido, MINHA também. Sim, a “culpa é minha”, pois já deveria ter "acostumado-me" há tempos com esta realidade do futebol brasileiro... A culpa é minha, pois devo exager, com relação as criticas... A “culpa” é realmente minha, por não acostumar-me com o modernismo futebolístico. A espetacularização do futebol não deve mesmo ser demasiada, creio ser exagero de minha parte... O “individualismo” nas jogadas (e nos jogadores) deve mesmo continuar sendo estimulado pela mídia, afinal, minha busca em valorizar a coletividade do futebol deve estar ultrapassada... Sobre os árbitros, devo estar errado em defender que os jogadores deixem-os simplesmente atuar. Provavelmente devamos continuar pressionando-os e debochando irônica e publicamente de suas decisões, afinal, eles devem mesmo entrar em campo já mal intencionados contra nós... Com relação as tentativas de ludibriar o árbitro, tentando “cavar” faltas, o “craque moicano” deve estar em sua razão, afinal a malandragem é uma “marca” do Brasil... Talvez devamos continuar tentando tirar vantagem sobre tudo e todos... Devo mesmo estar equivocado sobre as questões psicológicas que envolvem nossos atletas. Equivocado sobre posicionamento de jogadores. Enfim, já que a "moda" é a transferência de culpa por parte de nossos atletas e dirigentes... Assumo, além do “fone de ouvido” a culpa realmente é “minha”! 

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

PROFESSOR, TREINADOR OU TÉCNICO?


Há alguns dias, em conversa com um amigo, adentramos no tema “Treinador ou Técnico”. Indo além, chegamos a conclusão de que os termos parecem confusos, principalmente quando acrescenta-se, à discussão, a denominação “Professor”.

Luís Felipe Scolari
Entendo que, quando utilizados em uma roda de conversas (por exemplo), estes termos resumem-se a sinônimos. Entendo, ainda, que tanto o futebol quanto o futsal possuem questões mais pertinentes que estas, merecendo, consequentemente, maiores preocupações e debates, tais como: a necessidade de uma padronização definitiva das regras do futsal e a desvinculação da modalidade junto a FIFA, para que se torne Modalidade Olímpica, ou a decadência do “Jogo Coletivo” no futebol, espetacularizando o individualismo em detrimento ao coletivo e (infelizmente) resumindo o jogo em si, a uma ou duas jogadas individuais. Porém, tentarei expressar um pouco do que penso sobre o assunto, com o intuito de promover o dialogo e a troca de opiniões entre todos.

Na prática, compartilho a opinião dos que consideram os termos como sinônimos. A meu ver referir-se a estes profissionais como “Professor”, “Técnico” ou “Treinador” remete-os à mesma prática, assim como “Treineiro” (na linguagem dos “boleiros” mais antigos) ou “Comandante” (utilizado, esporadicamente, pela imprensa). Ou seja, é o mesmo que dizer “Defensor ou Beque”, “Volante ou Cabeça-de-área”, “Armador ou Meia”...


Fernando Ferretti
Contudo, para inicio da discussão vejamos como o dicionário Aurélio1 define os termos:

Professor: Aquele que ensina uma ciência, arte, técnica;
Técnico: Perito em determinada técnica;
Treinador: Profissional que dirige treino;

Lembro-me de, certa vez, ter assistido a uma entrevista de um profissional que respondia sobre o uso do termo “Professor” no mundo da bola, já que este termo não é utilizado para referir-se somente aos técnicos, mas, também, aos árbitros, assistentes e até mesmo dirigentes (já presenciei!). Na entrevista o mesmo disparou: “Não me importo em ser chamado de professor, até porque possuo formação em Educação Física. Portanto sou Professor!”.

Parece-me que, quando os atletas utilizam-se da expressão “Professor” para referir-se a algum profissional envolvido com a partida, eles assim o fazem para colocarem-se em uma posição de respeito em relação ao mesmo. Como se estivessem dizendo: “Estou aqui para aprender contigo!”, ou “O Senhor é o conhecedor sobre o assunto”, mesmo que estejam dirigindo-se a um “advogado-árbitro”, “empresário-árbitro”, “médico-árbitro”, enfim...

Vanderley Luxemburgo
Como é possível perceber, nem sempre há a necessidade de possuir a Graduação de “Licenciatura” para receber o tratamento “Professor”. Há, ainda, os que adotam este tratamento ao próprio nome. Conheço pessoas que se auto intitulam “Professor Fulano” mesmo sem possuir a formação de “Licenciado ou Bacharel”. Isto se dá pelo fato de que existem diversas pessoas envolvidas com o treinamento do futebol e futsal, que não cursaram uma faculdade para isto. Talvez, sob suas óticas, estas pessoas consideram-se “Professores” por estarem transmitindo algo aos seus “Alunos”.

Hoje, tanto no futsal quanto no futebol, existem inúmeros métodos para preparar uma equipe. Há os profissionais que gostam de estar presente no treinamento, acompanhando e intervindo no desenvolvimento do processo, no popular “colocando a mão na massa” e há aqueles que preferem delegar funções aos membros de sua comissão técnica, onde existe o responsável, por exemplo, para treinar a defesa, outro para as movimentações ofensivas, outro para as jogadas de bola parada e assim por diante.

Marquinhos Xavier
Seguindo o raciocínio acima exposto, entendo o “Treinador” como o sujeito que “arregaça as mangas e se coloca de corpo e alma nos treinamentos”, ou seja, ele próprio está envolvido diretamente em cada detalhe da forma de atuar de sua equipe. Já o “Técnico” utiliza a sua liderança de forma tão importante quanto o “Treinador”, porém, delegando funções, monitorando e oferecendo suporte aos membros de sua comissão técnica.

Costumo dizer que o Treinador vence uma partida durante a semana, nos treinamentos. Já o Técnico, vence a partida durante a própria partida. 
Um é o alquimista, o outro o estrategista.

Muricy Ramalho
Entretanto, os que estão envolvidos com a prática e mesmo aqueles que apenas gostam do assunto, sabem que em determinados momentos estes profissionais acabam exercendo as funções de psicólogo, psicanalista, conselheiro, entre inúmeros outros.

Denominações à parte, aliás, o que importa realmente, são os resultados positivos que os mesmos conquistam às instituições que representam.

É possível que as exigências do futsal sejam maiores, para estes profissionais, se comparados aos do futebol, pelo fato de a modalidade ser mais dinâmica e rica em detalhes. Em minha publicação “O Treinador Vitorioso” argumento um pouco mais sobre esta função.

E você, o que pensa sobre isso? Dê a sua opinião... Forte abraço a todos!

________________________
Referência:
1. FERREIRA, A. B. H. Aurélio Júnior: dicionário escolar da língua portuguesa. 2ª Ed. Curitiba: Positivo, 2011.

sábado, 1 de setembro de 2012

1º DE SETEMBRO - PARABÉNS EDUCADOR FÍSICO!

Minha pequena homenagem, ao único profissional que é capaz de tornar um individuo feliz e saudável, em alguém ainda mais feliz e saudável: o Educador Físico!

Parabéns a todos os Profissionais de Educação Física, pelo seu dia.


Créditos da imagem: Cref4/SP - http://www.crefsp.org.br
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