"Você pode estar na melhor equipe... Se não se superar, não superará o adversário."

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

PROFESSOR, TREINADOR OU TÉCNICO?


Há alguns dias, em conversa com um amigo, adentramos no tema “Treinador ou Técnico”. Indo além, chegamos a conclusão de que os termos parecem confusos, principalmente quando acrescenta-se, à discussão, a denominação “Professor”.

Luís Felipe Scolari
Entendo que, quando utilizados em uma roda de conversas (por exemplo), estes termos resumem-se a sinônimos. Entendo, ainda, que tanto o futebol quanto o futsal possuem questões mais pertinentes que estas, merecendo, consequentemente, maiores preocupações e debates, tais como: a necessidade de uma padronização definitiva das regras do futsal e a desvinculação da modalidade junto a FIFA, para que se torne Modalidade Olímpica, ou a decadência do “Jogo Coletivo” no futebol, espetacularizando o individualismo em detrimento ao coletivo e (infelizmente) resumindo o jogo em si, a uma ou duas jogadas individuais. Porém, tentarei expressar um pouco do que penso sobre o assunto, com o intuito de promover o dialogo e a troca de opiniões entre todos.

Na prática, compartilho a opinião dos que consideram os termos como sinônimos. A meu ver referir-se a estes profissionais como “Professor”, “Técnico” ou “Treinador” remete-os à mesma prática, assim como “Treineiro” (na linguagem dos “boleiros” mais antigos) ou “Comandante” (utilizado, esporadicamente, pela imprensa). Ou seja, é o mesmo que dizer “Defensor ou Beque”, “Volante ou Cabeça-de-área”, “Armador ou Meia”...


Fernando Ferretti
Contudo, para inicio da discussão vejamos como o dicionário Aurélio1 define os termos:

Professor: Aquele que ensina uma ciência, arte, técnica;
Técnico: Perito em determinada técnica;
Treinador: Profissional que dirige treino;

Lembro-me de, certa vez, ter assistido a uma entrevista de um profissional que respondia sobre o uso do termo “Professor” no mundo da bola, já que este termo não é utilizado para referir-se somente aos técnicos, mas, também, aos árbitros, assistentes e até mesmo dirigentes (já presenciei!). Na entrevista o mesmo disparou: “Não me importo em ser chamado de professor, até porque possuo formação em Educação Física. Portanto sou Professor!”.

Parece-me que, quando os atletas utilizam-se da expressão “Professor” para referir-se a algum profissional envolvido com a partida, eles assim o fazem para colocarem-se em uma posição de respeito em relação ao mesmo. Como se estivessem dizendo: “Estou aqui para aprender contigo!”, ou “O Senhor é o conhecedor sobre o assunto”, mesmo que estejam dirigindo-se a um “advogado-árbitro”, “empresário-árbitro”, “médico-árbitro”, enfim...

Vanderley Luxemburgo
Como é possível perceber, nem sempre há a necessidade de possuir a Graduação de “Licenciatura” para receber o tratamento “Professor”. Há, ainda, os que adotam este tratamento ao próprio nome. Conheço pessoas que se auto intitulam “Professor Fulano” mesmo sem possuir a formação de “Licenciado ou Bacharel”. Isto se dá pelo fato de que existem diversas pessoas envolvidas com o treinamento do futebol e futsal, que não cursaram uma faculdade para isto. Talvez, sob suas óticas, estas pessoas consideram-se “Professores” por estarem transmitindo algo aos seus “Alunos”.

Hoje, tanto no futsal quanto no futebol, existem inúmeros métodos para preparar uma equipe. Há os profissionais que gostam de estar presente no treinamento, acompanhando e intervindo no desenvolvimento do processo, no popular “colocando a mão na massa” e há aqueles que preferem delegar funções aos membros de sua comissão técnica, onde existe o responsável, por exemplo, para treinar a defesa, outro para as movimentações ofensivas, outro para as jogadas de bola parada e assim por diante.

Marquinhos Xavier
Seguindo o raciocínio acima exposto, entendo o “Treinador” como o sujeito que “arregaça as mangas e se coloca de corpo e alma nos treinamentos”, ou seja, ele próprio está envolvido diretamente em cada detalhe da forma de atuar de sua equipe. Já o “Técnico” utiliza a sua liderança de forma tão importante quanto o “Treinador”, porém, delegando funções, monitorando e oferecendo suporte aos membros de sua comissão técnica.

Costumo dizer que o Treinador vence uma partida durante a semana, nos treinamentos. Já o Técnico, vence a partida durante a própria partida. 
Um é o alquimista, o outro o estrategista.

Muricy Ramalho
Entretanto, os que estão envolvidos com a prática e mesmo aqueles que apenas gostam do assunto, sabem que em determinados momentos estes profissionais acabam exercendo as funções de psicólogo, psicanalista, conselheiro, entre inúmeros outros.

Denominações à parte, aliás, o que importa realmente, são os resultados positivos que os mesmos conquistam às instituições que representam.

É possível que as exigências do futsal sejam maiores, para estes profissionais, se comparados aos do futebol, pelo fato de a modalidade ser mais dinâmica e rica em detalhes. Em minha publicação “O Treinador Vitorioso” argumento um pouco mais sobre esta função.

E você, o que pensa sobre isso? Dê a sua opinião... Forte abraço a todos!

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Referência:
1. FERREIRA, A. B. H. Aurélio Júnior: dicionário escolar da língua portuguesa. 2ª Ed. Curitiba: Positivo, 2011.

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