Quero registrar minhas
congratulações à nossa Seleção Brasileira de Futsal pela conquista de seu
sétimo título mundial, obtido na Tailândia.
Apesar de a FIFA reconhecer
apenas 5 destas conquistas (já que 2 títulos mundiais foram conquistados por
competições mundiais promovidas pela FIFUSA), não haverá vaidade alguma, entre
nenhuma instituição, que apague de nossas memórias a importância destas vitórias
anteriores, de valor igual á conquista atual. Sobretudo no que diz respeito a
relevância destas para o crescimento e massificação deste que, hoje, é o
esporte mais praticado no Brasil e no Mundo.
O Futebol de Salão, das gerações
anteriores, é a raiz do FUTSAL e as conquistas heroicas de nossos craques do
passado jamais serão apagadas.
A Copa do Mundo realizada este
ano sem dúvidas foi marcada pelo equilíbrio entre as equipes.
Algumas seleções chamaram-me
muito a atenção, entre elas a Rússia, a qual eu considerava que seria uma das
finalistas, pelo envolvente e sólido futsal apresentado, com a brilhante ajuda
dos brasileiros naturalizados, entre eles o pivô Éder Lima, artilheiro da
competição que, em minha modesta opinião, jogaria em qualquer selecionado do
mundo.
Rússia, uma das melhores defesas e ataques da competição |
Colômbia foi outra grata surpresa
neste mundial, o primeiro de sua história. A surpresa na classificação
colombiana durante a fase de grupos foi maior ainda por obter duas derrotas
(para Guatemala e Rússia). Porém, nas fases eliminatórias a equipe incorporou o
“espírito” de competições mundiais e jogando com muita disposição e com uma
postura que atraia os adversários à sua quadra para, então, sair em
contra-ataques perigosos. Desta forma eles venceram Irã (ao qual eu,
particularmente, esperava mais) e o “amarrado”
futsal Ucraniano.
Colômbia: primeira participação em mundiais |
Paraguai, do vitorioso técnico
Ferretti (destaque para Marcão, auxiliar técnico e Renato, fisioterapeuta, na
Comissão Técnica) foi outra seleção que poderia ter chegado mais longe na
competição, não fosse a infelicidade de deparar-se com o forte Portugal, que
durante toda a competição demonstrou um bom volume de jogo. Apesar de o craque
Ricardinho ter desequilibrado a favor de Portugal, eu esperava maior
resistência do Paraguai nesta partida.
Paraguai caiu diante do ofensivo Portugal |
Já a Argentina fez um brilhante
mundial. Especialista em marcar na linha 4 deu muito trabalho aos adversários
e, apesar de perder Matias Lucuix (veja o vídeo aqui), destaque do elenco, após fraturar tíbia e
fíbula, só foi desclassificada da competição nas quartas de finais pelo Brasil.
Mesmo sem o ídolo Lucuix, Argentina caiu dignamente diante do Brasil |
Destacadas as principais participações,
acredito ser desnecessário dispensar muitas palavras para comentar sobre a
Espanha. Sem dúvidas está em um nível muito próximo ao Brasil, no topo do
futsal mundial.
Espanha demonstrou força em sua 5ª Final consecutiva em Mundiais |
Com relação ao Brasil,
Heptacampeão, o mundial começou realmente nas quartas de finais, já que,
diferentemente de outros mundiais, o caminho até a final foi mais “suave”.
Estreando no grupo C, vencemos sem maiores dificuldades os 3 jogos (4 a 1 sobre
o Japão, 13 a 0 na Líbia e 3 a 1 em Portugal). Sem dúvida o maior susto que tivemos
foi a lesão de Falcão, na estreia contra Japão, que quase o tirou da
competição. Após as primeiras avaliações médicas, a previsão de retorno do
ídolo seria nas semi-finais ou final, mas a estrela do gênio, novamente,
brilharia antes, conforme veremos.
Após classificar-se em primeiro
lugar no Grupo C nossa Seleção
deparou-se, nas oitavas de finais com o frágil Panamá. Resultado: 16 a 0 para o
Brasil, porém sem um bom parâmetro para avaliar o desempenho de nossa seleção
devido a fragilidade adversária. Apesar da goleada, a surpresa maior ficou com
a recuperação e retorno antecipado do “extraterrestre”
Falcão que, inclusive, deu espetáculo neste jogo. O retorno de Falcão seria
fundamental para a conquista do título.
Inicia-se, finalmente o mundial
para o Brasil, nas quartas de final contra Argentina. Um jogo dramático (e não
podia ser diferente). Com uma defesa muito sólida, os argentinos dificultavam
as infiltrações brasileiras e contra-atacavam de forma muito objetiva, chegando
a fazer 2 a 0. Até que, restando apenas 7 minutos para o fim do jogo, Neto, com
uma bomba, consegue furar a muralha argentina. Com mais volume de jogo, o
Brasil continuou insistindo até brilhar novamente a estrela de Falcão, que
havia entrado poucos minutos da partida, empatando o jogo. Na prorrogação,
Falcão volta a marcar e o Brasil vence um confronto épico, por 3 a 2.
Na semi-final é chegado o momento
de o Brasil deparar-se com a verdadeira “zebra” do mundial, a motivada
Colômbia. Após um primeiro tempo duríssimo, onde prevaleceu a igualdade
(inclusive no placar: 1 a 1) o Brasil soube impor o seu melhor nível técnico e experiência
no segundo tempo e, com mais volume de jogo, ampliou o placar para 3 a 1,
credenciando-se a enfrentar a Espanha, que já estava classificada para a Final,
após ter vencido a Itália momentos antes. O Ala Gabriel teve participação fundamental
neste jogo, assinalando 2 gols e tendo participado do terceiro com um chute que
desviou na defesa colombiana antes de entrar.
A Final, certamente ficará
marcada entre os jogos mais emocionantes da história do futsal, se não for o
mais emocionante... Um jogo de tão elevado nível técnico, só poderia mesmo ser
decidido em algum pequeno detalhe – e assim o foi. A Espanha, que chegou em
todas as finais dos últimos 5 Campeonatos Mundiais, dificultou muito o jogo
brasileiro, chegando a ser melhor em alguns momentos, porém o Brasil foi mais
eficiente e soube suportar a pressão espanhola, quando tiveram melhor volume de
jogo, sobretudo no primeiro tempo que terminou empatado em 0 a 0. Os gols
apareceram no segundo tempo, Neto abriu o placar para o Brasil, porém os
espanhóis conseguiram o empate pouco tempo depois e em seguida ampliaram – 2 a
1. O jogo ficou ainda mais dramático, com o Brasil, mesmo perdendo o jogo, melhor
em quadra neste momento e tendo de sair para o jogo, porém sem deixar espaços
para o eficiente contra-ataque da Espanha. Até que, faltando 4 minutos para o
fim, brilha a estrela do eterno ídolo Falcão – maior artilheiro entre todas as
Seleções Brasileiras – Futebol, Futebol de areia e Futsal – empatando o jogo e
levando-o à prorrogação. A partida seguiu tensa e com o mínimo de erros até
que, quando todos já esperavam a disputa por pênaltis, faltando exatos 19
segundos para o fim, Neto – eleito o melhor jogador do mundial, Bola de Ouro –
consegue aplicar um drible no brasileiro naturalizado espanhol Fernandão (um
dos melhores jogadores do mundial) praticamente sobre a linha lateral e dispara
um indefensável chute no canto esquerdo do goleiro Juanjo. O mundial foi
decidido no detalhe: um drible e uma pequena falha da cobertura defensiva
espanhola. Final: Brasil, 3; Espanha, 2. Brasil – Sete vezes campeão do Mundo.
Brasil: Comemorando sua sétima conquista mundial |
Neto: Bola de Ouro do Mundial |
O espanhol Kike, ficou com a Bola de Prata |
Ricardinho, de Portugal, ficou com a Bola de Bronze |
Imagens: Fotos 1, 2, 4, 5, 6, 7, 8, 9 - Fifa.com | Foto 3 - Gettyimages.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário