Olá amigos! Estou há algum tempo sem escrever, envolto em
projetos pessoais e profissionais. Porém, sem deixar de atentar-me aos
acontecimentos do nosso futsal e do esporte mundial, de modo geral.
A bola da vez é a Copa do Mundo e diante da trágica desclassificação de nossa amada seleção
canarinho, no entanto, senti-me demasiadamente instigado a registrar, aqui,
algumas palavras de descontentamento com todo o sistema “cancerígeno” que
envolve todo o nosso país, refletindo-se também no futebol, contaminando a maioria de meu povo querido, carente
de senso crítico, facilmente manipulado, infelizmente, pela mídia.
Após a nossa queda retumbante na semi-final, vêm a tona
inúmeros comentários, ideias e opiniões. Focarei, entre tantos, a apenas o que
me incomoda mais: a pressão pela demissão do Treinador Luís Felipe Scolari e
dos principais membros da comissão técnica.
De inicio, importante se faz destacar, que “Felipão”, antes
de assumir a seleção, nesta segunda oportunidade (na primeira foi campeão
mundial em 2002) já mostrava-se desatualizado às tendências modernas do futebol
mundial – refiro-me as tendências táticas – mostrando-se decadente taticamente
desde sua demissão da Seleção de Portugal, passando por Chelsea, onde não conseguiu
desenvolver um bom padrão de jogo, indo, então, para o Uzbequistão, notoriamente
sabido que não é, nem de longe, um grande centro do futebol, retornando ao
Brasil, onde, apesar de ascender a equipe, novamente, a primeira divisão, não
conseguiu, em quase dois anos, estabelecer um padrão de jogo e um futebol
sólido. Portanto mostrava-se, há tempos, um treinador desatualizado taticamente.
Fato normal na vida de qualquer ser-humano e profissional, que necessita de
reciclagens constantes.
Táticas a parte, é inegável que, na Seleção Brasileira,
Felipão conseguiu dar um conjunto à equipe. E se, taticamente, a seleção não
demonstrava manobras e variações pré-definidas, ao menos os torcedores
brasileiros podiam, nas rodas de conversas, dizer na ponta da língua a
escalação da seleção brasileira. Felipão estabeleceu uma base à equipe, coisa
que seus antecessores não conseguiram e ele, agregador “nato”, motivador, uniu
e solidificou, ao menos a equipe e trouxe de volta os torcedores.
Eis o ponto onde quero chegar. Demitir Felipão, agora,
somente irá demonstrar, uma vez mais, a ignorância, a falta de planejamento, a
falta de organização e de uma estrutura do futebol brasileiro! Alias, diga-se
de passagem, estou muito triste com nosso amado país, pois ignorância, falta de
criticidade, falta de planejamento, falta de organização, falta de educação se
encontram em praticamente todos os setores de nossa sociedade, lamentavelmente.
Oras, acabamos de perder para uma estrutura funcional!
Acabamos de perder para a organização!! Perdemos para o planejamento!!!
Perdemos para o trabalho exaustivo (como deve ser!), perdemos para o
treinamento!! Aliás, tivemos uma aula sobre isso!! E estamos, novamente
querendo dar o nosso irritante “jeitinho”??? Chega de “Jeitinho brasileiro”!!
Chega de pensar que conseguiremos reverter a situação a qualquer momento, apenas porque somos mais "malandros"!!
Chega de depender de UM jogador em um esporte coletivo! Futebol não é
individual, é coletivo, assim como joga a Alemanha! Vamos planejar! Vamos
trabalhar, criar mecanismos de jogo, manobras táticas ofensivas e defensivas, estabelecer padrões de jogo...
Desculpem-me mas não consegui ver tática alguma nos jogos da
seleção! Aliás tática, vejo bastante na Alemanha e na Holanda! Inclusive,
registro aqui, que cada vez menos vejo tática no futebol.
Abram a internet e pesquisem sobre o trabalho de base que
está sendo realizado na Alemanha, ou melhor, aproveitem que eles estão aqui e
compareçam na Bahia com uma comissão e perguntem a eles “o quê” e “como” eles
estão trabalhando por lá! Será fácil encontrá-los, eles estão
Mas por favor, imprensa, pare de ser covarde e manipuladora,
influenciando nosso humilde e ingênuo povo a pedir a demissão de nosso
treinador, até porque, tenho certeza, no mercado de treinadores brasileiros,
estão todos no mesmo nível de Luís Felipe Scolari.
Sugiro, se me permitem, em vez de despedi-lo, agregar a
comissão técnica promessas do nosso futebol, pessoas com boa formação acadêmica
e embasamento teórico-cientifico, para que no momento oportuno, daqui a 10 ou
14 anos, tenham a experiência necessária. Indico, desde já, nomes como Vagner
Mancini e Fernando Diniz.
Por favor, repito, parem com essa de “alegria nas pernas” e
comecem com a alegria, o prazer no trabalho, no empenho máximo, na dedicação,
no planejamento, na estrutura organizacional... Parem de confundir talento com
trabalho!!! Só o talento não basta mais hoje em dia, acordem! Mandar embora treinador
e comissão será apenas e tão somente “paliativo”! Apenas para citar um exemplo,
Paulo Paixão – preparador físico, é respeitado mundialmente em seu meio! Temos
bons profissionais envolvidos! O fato pontual, apenas explicita a bagunça
instalada em nossa estrutura.
Nosso “celeiro” de craques está “mofando”...
Apenas um desabafo, mas um desabafo critico, com um olhar
mais amplo! Chega de imediatismos! Vamos agir na causa do problema! Planejamento...
Muda Brasil! Mas muda por inteiro, inclusive no Futebol! Chega de “Jeitinhos”...
Donato...
ResponderExcluirExcelente materia y un analisis de lo que realmente ocurre con nuestro amado fútbol.
Nosotros como profesores y educadores sabemos que todo se planea en la vida y sin el trabajo constante nada se consigue.
Personas como tú que tienen esa clareza deben siempre estar atentos a aquello que de errado se coloca para el pueblo.
Felicitaciones por el artículo!!!
El maestro Ricardo.