"Você pode estar na melhor equipe... Se não se superar, não superará o adversário."

segunda-feira, 12 de março de 2018

Nem sempre...

No início da minha carreira como treinador, inexperiente e deslumbrado, cometi a infelicidade de dizer para dois pais que "se os filhos deles não fossem jogador profissional, nenhum menino nosso ali seria...". Lembro-me perfeitamente da cena.

Realmente os dois garotos eram diferenciados demais com relação aos demais. Em todas as categorias eles estavam a frente dos outros. Como se diz, "levavam o time nas costas".

Porém, mal sabia eu que a história nos pregaria, a todos, uma peça.

Em determinado momento da vida esportiva dos meninos (pós-puberdade) eles começaram a "estacionar", ou seja, parecia que eles não estavam evoluindo de forma avançada como antes.

Se continuassem fazendo coisas que só víamos em meninos com dois ou três anos a mais que eles, se continuassem neste ritmo de evolução, estaríamos diante de dois gênios... Assim como Lionel Messi, Ronaldinho Gaúcho e tantos outros...

Mas a vida nos surpreendeu... Os dois pararam de evoluir como projetávamos. Começaram a ter o mesmo nível de importância na equipe que os demais jogadores. Outros protagonistas, que antes estavam tímidos, escondidos, começaram a aparecer. 

Resumindo: eles estacionaram e os demais começaram a encostar. Depois ultrapassaram.

O brilho e a genialidade deles ficaram sufocados com a evolução contínua dos demais. Sobretudo nos aspectos físicos.

Tecnicamente eles ainda continuavam diferenciados, mas capacidades como velocidade, agilidade e força fazem muita diferença na vida esportiva de um atleta de futsal/futebol. E nisso eles foram ficando para trás...

E desse grupo saíram vários jogadores. Menos os dois.

Alguns que inclusive a gente se pergunta até hoje "mas o fulano? O fulano não sabia andar e mascar chiclete ao mesmo tempo!", sim, ele está em um clube! Jogador que foi dispensado por nós, porque cognitivamente era muito abaixo dos demais, hoje está em um clube profissional de futebol. Entre outros tantos... 

Aprendemos!

O tempo nos ensinou!

Aprendi que não se pode cravar nada na formação de um atleta. Nem que "sim" e nem que "não". Pois durante a sua vida, para que ele seja um atleta profissional deverão ocorrer uma série de coincidência e fatores. Esses fatores muitas vezes independem de nossa vontade. Muitas vezes esses fatores fogem do que podemos controlar: Família, meio social ao qual está inserido, genética, emocional, namorada, estudos etc...

Talvez erramos no treinamento e na preparação sim, pois valências como velocidade, agilidade e força podem ser trabalhadas e desenvolvidas, desde que o indivíduo tenha aptidão. 

Imaginem a frustração? Nossa, da família, deles principalmente...

Hoje eles continuam jogando, não profissionalmente, mas jogam, ajudam demais as suas equipes, continuam diferenciados, percebe-se que têm uma visão de jogo diferente, que batem na bola diferente, que possui uma técnica apurada. Continuam importantes. Mas já possuem outros objetivos na vida.

Enfim... Hoje nos resta olhar para trás e tomar como lição.

Mas toda a história acima é para dizer o seguinte: 

Ser um atleta profissional está muito mais relacionado com a #persistência que aquele indivíduo vai ter para atingir aquele objetivo do que com o #talento que ele possui. Na verdade essa lição serve para tudo na vida.

O talento é uma pequena parte do sucesso. O que vai valer mesmo é a persistência, a determinação, garra, força de vontade. É o quanto vc suporta ouvir "NÃO". O quanto você quer mesmo, de verdade, aquilo.

Ficou provado acima que nem sempre aquele que se apresenta capaz, conseguirá êxito. Por mais que você pense que o "outro" é melhor que você, que eles estão "na sua frente", seja perseverante! Nem sempre a vaga será dele! Pode ser sua!

Pois se você quiser mesmo algo, se esforçar, você irá conseguir. De um jeito ou de outro você vai conseguir! 

Forte abraço e muita perseverança! Sempre!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...