"Você pode estar na melhor equipe... Se não se superar, não superará o adversário."

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

É MUITA GENTE FALANDO!

Dias atrás vi uma entrevista de um garotinho, logo após o término de sua partida. O repórter perguntou: "Jogo bom né Pedro, jogaram bem, até o último minuto tiveram a chance de fazer o gol, jogaram muito bem!" e o menino respondeu (com toda a sinceridade de uma criança) "Eu não joguei muito bem não. É Muita gente falando, eu não consigo me movimentar direito".


Já pararam para observar uma criança em uma partida? Não necessariamente um campeonato, talvez um simples jogo amistoso, onde envolve um adversário, um oponente, uma disputa.



Já observaram a reação da criança a cada participação sua no certame? A cada lance que ela executa, normalmente, ela olha para as arquibancadas. Posso afirmar sem medo que oito a cada dez crianças fazem isso.



Porquê? Porque ela necessita da aprovação dos pais, ou de quem quer que seja, presente nas arquibancadas que para ela é a pessoa mais importante do mundo!



A criança não está preocupada se ela acertou o passe, se errou o chute ou se fez uma boa defesa. Ela está preocupada com o que os "pais" ou o "treinador" acharam do lance que ela fez. A opinião deles!



Percebem a responsabilidade dos pais no processo de formação da criança? Não somente como atletas, mas sobretudo e principalmente enquanto pessoas.



Palavras de incentivo, encorajadoras, motivacionais após esses "lances" contribuirão para que essa criança cresça autoconfiante, corajosa e determinada.



Do contrário, se ao olhar para as arquibancadas ela ver um semblante de desaprovação ou ouvir palavras reprovando-a, certamente no próximo lance ela ficará indecisa, no próximo insegura, confusa e sucessivamente este ciclo se repetirá.



A criança tem a necessidade de ser aprovada, de ser aceita por quem ela gosta! Faz parte do seu processo de amadurecimento. Entender isso faz toda a diferença.



O fato de ela olhar para as arquibancadas procurando a avaliação de quem ela gosta se dá porque a criança ainda não possui maturidade suficiente para discernir se o que ela fez foi realmente o correto. Muitas vezes ela pode até ter feito o GOL, que é o ápice em uma partida, mas fica na dúvida: "será que eu não deveria ter passado a bola, em vez de chutar?". Nessa hora entra o incentivo dos pais ou treinadores, com palavras acolhedoras mostrando o melhor caminho.



Na maioria das vezes, a criança busca agradar ao pai/treinador primeiramente, para receber a aprovação e, só depois, se satisfazer.



Por esse mesmo motivo, tanto os pais como os treinadores devem buscar a autonomia das crianças no esporte. Oferecer as possibilidades durante a semana nos treinamentos e depois, nos certames, tentar interferir o menos possível em suas decisões.



Afinal, vocês já imaginaram como fica a cabeça da criança tentando fazer o que foi treinado durante a semana, o que o treinador está pedindo para fazer naquele momento e o que o pai está gritando da arquibancada? Ainda, querendo colocar a todos como prioridade, para só depois ela fazer a sua própria vontade. Deve ser difícil para ela, não? Soma-se a isso um indivíduo em formação, ou seja, não maduro.



Fica a reflexão!



Forte abraço a todos, espero ter contribuído um pouco mais!

Até a próxima!


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